domingo, 11 de julho de 2010

Escada

Passando por tantos momentos de cura, de encontrar feridas, e rumo ao conhecimento de quem sou, vejo duas pessoas, juntas, descendo uma escada escura e sombria.
Uma delas está de olho fechado, com muito medo, de mãos dadas com a outra pessoa, que a guia por esse local. O guia enxerga tudo com clareza, mas sabe a dificuldade que é para a outra pessoa descer aquela escada.
A outra pessoa desce tateando o degrau com os pés, pisa devagar em todo o degrau por várias vezes, observando se ele é seguro. Ao mesmo tempo, tatea com as mãos as paredes ásperas e pontudas, tentando encontrar uma forma segura de se apoiar e descer mais um pouco.
O guia a segura pela mão, por ora a auxilia com uma mão, por ora com as duas, olhando com muito cuidado para a pessoa que está guiando, sem por nenhum segundo tirar seus olhos dela, para garantir que descerá em segurança. Ele respeita seu tempo e deixa que se sinta segura. Ele está o tempo todo ali, e não impoe seu tempo, muito embora possa ver com clareza o local por onde estão descendo.
O Guia sorri durante todo o processo, por ver cada minúsculo passo dado pela pessoa que está guiando. Ele se alegra por perceber que ela está se arriscando, mesmo com medo, e se alegra com suas pequenas vitórias.
O nosso Guia é Deus, ele nos guia por essa escada sombria e fria que é as nossas vidas. Só Ele sabe chegar ao final disso, só Ele pode nos guiar por ela, e é só nele que podemos confiar. Ele é nosso guia e guardião, e nos mantem seguros durante o percurso. Ele não nos impoe tempo e distância. Ele nos acompanha respeitando nossas fraquezas e inseguranças.

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