quinta-feira, 7 de julho de 2011

Um hino à mulher de valor - Pr. 31:10-31


Uma boa mulher é difícil de encontrar, ela vale mais do que diamantes.
O marido confia nela sem reservas, 
e disso nunca se arrependerá.
Ela não é irritada e o trata muito bem por toda a vida.
Ela compara preços, em busca dos melhores fios de lã e de algodão, e se alegra em tricotar e costurar.
Ela é como o navio mercante, que navega até os lugares mais longínquos e traz surpresas exóticas.
Ela se levanta antes do amanhecer, prepara o café para a família e organiza seu dia.
Examina um campo e o compra, e depois, com o dinheiro que poupou, planta uma horta.
A primeira coisa que faz de manhã é vestir-se para o trabalho: ela arregaça as mangas ansiosa por começar.
Compreende o valor do seu trabalho e não tem pressa de dar o dia por encerrado.
Ela é habilidosa nos serviços do lar e da família, proativa nas tarefas de casa.
Ela não demora para acudir os necessitados; estende a mão para socorrer o pobre.
Ela não se preocupa com a família quando neva; suas roupas de inverno estão todas consertadas e prontas para uso. 
Ela mesma faz as roupas que usa, e se veste de roupas de linho coloridas e vestidos de seda.
Seu marido é muito respeitado quando se reúne com as autoridades locais.
Ela desenha vestidos e os vende, leva blusas que tricotou para lojas de roupas.
Suas roupas são bem feitas e elegantes, e ela sempre encara o dia de amanhã com um sorriso.
Quando abre a boca, sempre tem algo importante a dizer e sempre diz com toda a gentileza.
Ela é atenta a todos de sua casa e mantem todos eles ocupados e produtivos.
Os filhos a respeitam e dela falam bem; o marido não economiza elogios: “Muitas mulheres tem feito coisas maravilhosas, mas você superou a todas!”
O Encanto pode enganar, e a beleza logo desvanece. A mulher que merece admiração é a que vive no temor do Eterno. 
Dê a ela tudo o que ela merece! Adorne sua vida com elogios! 

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A Menininha que há em mim...

Lendo T.D. Jakes, percebi que há em mim uma Mulher, que todos conhecem, e uma menininha.

A Mulher é madura, é forte, é precisa, é decidida, é completa. Mas menina quer colo, reconhece que é pequena, que é frágil, que precisa de um Pai forte e poderoso para protegê-la dos perigos que a assombram, e que muitas vezes nem existem ou não são tão perigosos. É a menininha que chora quando alguma coisa machuca, e dá gargalhadas quando algo é bom. A menininha pode ser conhecida como a essência de mim, ou quem o Criador criou, e que se deixa cuidar, que se deixa amar. A Mulher é autossuficiente, é polida por todas as pressões que o mundo coloca, e rebate a todas elas com coragem e eficiência, dando ao mundo aquilo que ele pede, aquilo que ele procura. Ela cobra de si mesma perfeição, controle total das emoções e comportamentos. Nada pode sair do script, e ele precisa ser revisado por muitas vezes, para, como num filme, eliminar as falhas do texto e torná-lo o mais convincente possível, para que quem assiste encontre coerência e seja convencido da realidade daquelas palavras, que as vezes não são reais.

Mas afinal, a menos que eu sofra de um desvio de personalidade, como é possível coabitar em mim essas duas pessoas tão impressionantemente contraditórias?
A Menininha é a essência arquitetada pelo Criador, é a simplicidade de mim mesma, é a verdade sobre mim, que só é possível conhecer quando há intimidade e confiança. É a parte vulnerável de mim mesma, que pode ser tocada, e facilmente destruída por mãos mal intencionadas. Essa parte real de mim, está escondida e protegida pois ela não é capaz de sobreviver aos abusos e maus tratados do mundo perverso que vivemos. Ela é inocente, e não vive se defendendo. Ela se entrega, quando tocada, a um bom colo. Ela sorri quando quer sorrir, chora quando quer chorar, grita quando quer gritar, faz manha e bico quando algo sai diferente do que queria. Ela é absolutamente honesta, e o mundo não suporta esse tipo de honestidade, que diz claramente tudo que sente e pensa, e muitas vezes se comporta mal. Ela é inconveniente para esse mundo, pois não se preocupa em agradar ninguém, mas simplesmente fazer aquilo que deseja, que casa com o que acredita, que lhe tira boas risadas e rejeita tudo que a faz sofrer. Ela não se importa em como as pessoas a veem, mas não ao ponto de ser egoísta. Ela quer encontrar um amigo para armar a próxima brincadeira, e rir junto. Ela quer a companhia de alguém que possa ser livre como ela é, e ela não permite rédeas. Ela quer apenas ser ela mesma, e respeita quem os outros, livres como ela, são. Ela deseja relacionar-se com aqueles com quem tem afinidade, e não lhes impõe relacionamento, ela compartilha de si, e recebe de bom grado o que se tenha para compartilhar.


Ela conhece de cor o caminho para o colo do Criador, e Ele sempre está disponível para que quando algo a assusta ela possa correr, descalça, e chorar, apontando os bichos que a perseguem. E o Criador a traz para si, e quando fita seus olhos, todos os bichos, que ali estavam a um segundo, dão lugar a um jardim perfumado, com flores tão vivas e belas que trazem serenidade e paz. Então o aconchego do colo do Pai parece ainda mais gostoso, e o toque suave de suas mãos a fazem cair no doce e profundo sono de uma criança que sabe que está segura, que é amada e tudo estará bem quando acordar. E esse sentimento produz nela um amor tão intenso e tão fraternal pelo Pai, que excede a menininha, e muitas vezes alcança a Mulher, que parece uma muralha, colocada ali para segurar todas as investidas do mundo caído e mal de ridicularizá-la, e colocar a menininha numa situação tão dolorida que não possa suportar.

A Mulher é feita para reagir aquilo que está ao seu redor de forma satisfatória e correta aos olhos de todos os outros. Ela é uma camada que protege a menininha doce e honesta, rebatendo e afastando todos que oferecem risco. Ela é também uma espécie de peneira, que seleciona aqueles que podem conhecer uma camada a mais de si mesma, e de repente podem até tocar a menininha. Ela, socialmente é bela e correta, mas interiormente é vazia, e irreal. Ela é apenas uma máscara, que pode ser facilmente quebrada por mãos sábias como as do Criador. E essa máscara tem inúmeras facetas, algumas convincentes, outras bem feias e assustadoras. Ela surgiu ao longo da vida, para driblar as dores e pecados dela, e contra ela cometidos. Ela se tornou necessária para preservar a vida da menininha, mas agora ela não precisa mais estar ali.

Sorte da Mulher que o Criador a amou, mesmo sendo tão distante do que Ele criou, e ele traz à sua lembrança a identidade da menininha, fazendo a voltar à pequena constantemente. Nela está sendo criada sua habitação espiritual, e ela é pautada na verdade, e aos poucos, com as memórias sobre a menininha e as novas construções que o Criador tem feito, a Mulher pode derrubar suas amarras, e deixar a menininha surgir de vez em quando, para, quem sabe um dia, ficar de vez, tendo como escudo o próprio Criador. Para esse dia chegar, a Mulher tem que se lançar aos braços do Criador sem medo de cair, confiando na Sua graça poderosa.


E aí, meu Amado Criador, quando poderei ser para sempre a Sua menininha?

segunda-feira, 28 de março de 2011

Amando a si mesma



Pensando no livro do T.D. Jakes, sobre a Dama, Seu amado e seu Senhor, percebi que muitas vezes nós mulheres tendemos a abraçar a causa de outro como nossa, deixando de lado nossas próprias causas, e por isso, perdemos a automotivação, e o próprio interesse por nós mesmas.

Jakes nos diz que treinamos os outros como devem nos tratar. Pois bem, quando perdemos a nossa própria causa, quando vivemos para cobrir as necessidades de outros, nos tornamos desinteressantes, perdemos o nosso interesse por nós mesmas, e com isso, treinamos outros a nos tratar da mesma maneira – sem interesse algum.

Confundimos amor próprio com egocentrismo, e entendemos que não nos é permitido cuidar de nós mesmas com zelo e carinho, pois isso nos classifica como o tipo de mulher fútil, egoísta e soberba, que se considera acima dos outros. Achamos que ao deixar de cuidar de nós, e sacrificar o tempo e disposição para cuidar apenas de outras pessoas e de suas causas, nos tornamos mulheres melhores, virtuosas, verdadeiras Amélias – sem nenhuma vaidade, mas que é a mulher de verdade. Mas eu imagino que a Amélia do samba de Ataulfo Alves e Mario Lago era uma mulher maltratada, pouco valorizada, que talvez sentisse que tinha tão pouco valor que sua única função era ignorar a si mesma, e se sacrificar para que os outros a seu redor se sentissem melhor. Não creio que pudesse ser uma inspiração de mulher satisfeita, nutrida e feliz, que faz com que o homem ao seu lado olhasse para ela e percebesse claramente seu valor, nunca a abandonando. Na própria música vemos que o homem que canta tinha abandonado Amélia, se relacionado com outra, que não lhe deu as mesmas condições de Amélia, e por isso ele estava arrependido.

Definitivamente Amélia não era a mulher de verdade.

Por outro lado, não creio que a mulher que vive em função de causa própria, em função de sentir-se bem, bonita e valorizada, mas que deixa de cuidar de outros ao seu redor, que não valoriza as pessoas, e está sempre muito mais preocupada consigo mesma do que com os outros, seja a mulher de verdade.

Precisamos encontrar o equilíbrio das duas. A mulher de verdade tem que ser aquela que é satisfeita consigo mesma, que não abraça causas de outros simplesmente por não ter uma própria, que se olha e se aprecia, que entrega a si mesma o melhor que tem, que cuida de si com zelo e amor, que afasta os mal intencionados, que é rejeitada por aproveitadores, que por onde passa deixa o aroma suave de sua feminilidade e força. É a mulher que não pode ser corrompida pelo ambiente, é a mulher cujo a essência já existe, que não precisa de nada ao seu redor que lhe dê valor, que os papéis que desempenha sejam apenas papéis e não sua essência, porque a sua essência está muito bem guardada no seu íntimo, e essa nunca se corrompe. É mulher que, ao mesmo tempo, aproveita tudo ao seu redor para crescer e amadurecer, consegue distinguir e aproveitar o que bom de cada situação.

Com isso, ela ensina a outros como deve ser tratada e apreciada, e por consequencia, e não intencionalmente, atrai muitos para si.

Pai, me ensina a ser essa mulher virtuosa.

Mulher virtuosa quem a achará? O seu valor muito excede ao de rubis.
O coração do seu marido está nela confiado; assim ele não necessitará de despojo.
Ela só lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida.
Busca lã e linho, e trabalha de boa vontade com suas mãos.
Como o navio mercante, ela traz de longe o seu pão.
Levanta-se, mesmo à noite, para dar de comer aos da casa, e distribuir a tarefa das servas.
Examina uma propriedade e adquire-a; planta uma vinha com o fruto de suas mãos.
Cinge os seus lombos de força, e fortalece os seus braços.
Vê que é boa a sua mercadoria; e a sua lâmpada não se apaga de noite.
Estende as suas mãos ao fuso, e suas mãos pegam na roca.
Abre a sua mão ao pobre, e estende as suas mãos ao necessitado.
Não teme a neve na sua casa, porque toda a sua família está vestida de escarlata.
Faz para si cobertas de tapeçaria; seu vestido é de seda e de púrpura.
Seu marido é conhecido nas portas, e assenta-se entre os anciãos da terra.
Faz panos de linho fino e vende-os, e entrega cintos aos mercadores.
A força e a honra são seu vestido, e se alegrará com o dia futuro.
Abre a sua boca com sabedoria, e a lei da beneficência está na sua língua.
Está atenta ao andamento da casa, e não come o pão da preguiça.
Levantam-se seus filhos e chamam-na bem-aventurada; seu marido também, e ele a louva.
Muitas filhas têm procedido virtuosamente, mas tu és, de todas, a mais excelente!
Enganosa é a beleza e vã a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa sim será louvada.
Dai-lhe do fruto das suas mãos, e deixe o seu próprio trabalho louvá-la nas portas.